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o acordo ortográfico

02.10.08

Em Portugal, ao que parece, o Acordo Ortográfico já tem força de lei. O Brasil, esta semana, também já outorgou o Acordo Ortográfico e a CPLP quer à força toda que este acordo esteja em vigor em todos os países lusófonos.

 

 

Mas há coisas que não entendo. Para a língua inglesa não existe um acordo ortográfico. E é a língua mais falada do mundo. Apesar de na escola aprendermos o "inglês britânico", mais tarde vermos o "inglês americano" na televisão e no cinema. Se ouvimos actores australianos ou indianos achamos piada aos sotaques, podemos até nem conhecer todas as expressões mas com um pouco de investigação chegamos lá. E até nem é a nossa língua.

 

No caso do português há coisas ainda mais flagrantes. Entendemos os brasileiros, angolanos moçambicanos e afins. a comunicação é tanta que muitas expressões "estrangeiras" acabaram por se introduzir na nossa cultura e não vejo nenhum problema nisso. Cada uma dessas culturas, apesar de ter uma origem comum, tem as suas regras, palavras e costumes. É isso que dá valor e riqueza à língua portuguesa: a sua variedade.

 

Mas por motivos que ainda não compreendi, decidiu-se que estava na altura de fazer a "língua portuguesa evoluir". Fazer do português algo mais "simples de se entender para as crianças" e que todas elas se pudessem entender umas às outras. E para isso, entre muitas novas regras, aboliram-se as consoantes mudas (mas esqueceram-se do h), mudou-se a forma de capitalização dos meses e dias da semana e muitas outras coisas.

 

E depois há o período de adopção (ou adoção) nas escolas o acordo ortográfico PODE ser aplicado ao longo de 6 anos. Será um período "híbrido" em que escrever de uma forma ou de outra tanto pode ser erro como descuido. Os professores que (se) entendam...

 

O meu instinto da teoria da conspiração ainda me diz que é capaz de haver um dedo dos interesses editoriais nesta situação todas, mas isso sou eu...

 

A reacção (ou será reação?) foi lenta, mas apareceu. Um abaixo-assinado com dezenas de milhares de assinaturas (quase cem mil) foi entregue à Assembleia da República, mas aparentemente o seu efeito foi nulo... Tal como na maioria das petições, se não todas, não basta um conjunto de cidadãos manifestar-se para ser ouvido. É preciso ter uma voz mais "política". E da cor certa.

 

Já desde quando se começou a falar pela primeira vez, na década de 90, não percebia a necessidade deste "acordo". Agora passados tantos anos, numa sociedade cada vez mais global onde acabamos por nos entender, entendo ainda menos.

 

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