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A avaliação dos professores

31.01.08
Este post já estava nos rascunhos há uns dias. Acho que chegou a hora de destilar...

O novo modelo de avaliação que o Ministério da Educação IMPÔS é despropositado, injusto e incoerente !

É despropositado porque a avaliação dos docentes sempre existiu. Aquilo a que o Ministério chama de uma farsa na avaliação dos professores é da sua própria responsabilidade.
Passo a explicar: "antigamente" todos os professores dos quadros do Estado (Quadro de Zona Pedagógica e Quadro de Escola), quando atingiam um determinado tempo de serviço, se queriam subir de escalão tinham de apresentar um relatório dos últimos anos de serviço. Esse relatório reflectia sobre o trabalho que fizeram e referia as formações que frequentaram (essas eram necessárias para a progressão na carreira). No caso dos professores contratados, esse relatório era anual e tinha de ser entregue no final do ano lectivo.
O Conselho Executivo tinha a obrigação de ler e avaliar esse mesmo relatório e consequentemente o professor. O problema é que, para além do "Satisfaz" e do "Não Satisfaz", as restantes avaliações, apesar de previstas NUNCA FORAM REGULAMENTADAS pelos sucessivos Ministérios. Era muito difícil regulamentar? Não! Eles queriam? Não!

Eu penso que os professores devem ser avaliados. Concordo que haja diferenciação. Contudo, quotizar os bons, os muito bons e os excelentes não me parece a solução.
Este sistema é injusto porque parte do pressuposto que a maioria dos docentes não é  bom professor e que aqueles que têm mais tempo de serviço são automaticamente "melhores". Além disso associa à avaliação dos professores determinantes que eles próprios não controlam nem sequer são responsáveis. Vejamos o meu caso. Este ano, sou professor dos apoios sócio-educativos. Acontece que serei avaliado de acordo com o sucesso escolar dos meus alunos. Ora, parece-me que parto em "desvantagem". E o que falar dos professores que estão a trabalhar em "escolas-problema" ou sem condições?

Incoerência define-se como o facto de ter um comportamento pouco consistente ou até contraditório. Este Ministério é tudo isso.
Diz que admira o trabalho dos professores, culpa-os por todos os problemas da educação.
Cria comissões consultivas, apenas as ouve quando elas dizem o que lhe interessa.
Afirma que a principal função do professor é ensinar, atola-o em burocracias e serviços desnecessários ou contraproducentes.
Afirma que apenas os melhores podem exercer cargos de gestão, permite que o cargo de director seja desempenhado por um professor não-titular.

Na verdade, este modelo de avaliação é uma forma escondida do Ministério "prender" uma grande maioria de professores nos escalões mais baixos (poupando muito dinheiro); obrigar os professores a produzir os "números" que o governo tanto quer entregar a Bruxelas e dar a impressão que governa e legisla.

Resta saber porque bitola se irão eles próprios avaliar...
Isto é, se eles alguma vez forem avaliados.

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